top of page
Buscar

A TARDIA (E SURPREENDENTE) CHEGADA DE THE LEGEND OF ZELDA NA MINHA VIDA

  • Foto do escritor: Iara Vilela
    Iara Vilela
  • há 14 horas
  • 4 min de leitura

Videogames sempre fizeram parte da minha vida. Desde o momento em que minha mãe colocou um controle de Master System na minha mão, algo mudou completamente os rumos da minha vida: os games se tornaram o centro em quase tudo que faço até hoje.


Mas existe um detalhe curioso na minha história de vida: meu contato com produtos da Nintendo sempre foi mínimo. Joguei Mario quando criança por meio de um disquete que minha mãe conseguiu com um colega de trabalho, e de vez em quando eu jogava Wii na casa dos amigos. E só. Na prática, esses foram os raros momentos em que toquei em jogos da empresa. Por consequência, eu nunca tinha jogado uma das franquias mais famosas e influentes de todos os tempos: The Legend of Zelda.

Durante 24 anos da minha vida, Hyrule foi uma terra desconhecida | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Durante 24 anos da minha vida, Hyrule foi uma terra desconhecida | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Para alguém que gosta de bater no peito e dizer que joga videogame “desde sempre”, esse era um assunto que eu sempre desconversava. A Nintendo sempre foi cara no Brasil e, apesar de minha mãe amar videogames, aquele nome nunca chamou sua atenção. Então simplesmente não existia no nosso radar. Cresci me sentindo meio de fora das “rodinhas cult”, daqueles papos apaixonados sobre Hyrule, Link, shrines e trilhas icônicas que todo mundo parecia conhecer… menos eu.


Isso mudou este ano, quando minha irmã, recém-empregada e morrendo de vontade de ter um videogame, decidiu comprar um Nintendo Switch, junto com The Legend of Zelda: Breath of the Wild. E foi aí que tudo finalmente começou.


Na minha casa, temos um costume muito meu e da minha irmã: dividir os jogos. Uma joga enquanto a outra assiste, comenta, opina, vibra e, às vezes, sofre junto… e depois trocamos de papel. Como recentemente minha irmã tinha terminado Silent Hill F, sobrou para mim a missão de jogar The Legend of Zelda (até porque jogos de terror estão completamente fora do meu alcance emocional. Eu tenho PAVOR).


Minhas expectativas para Breath of the Wild, sendo bem sincera, eram de que seria um jogo legal… mas eu torcia, bem lá no fundo, para que ele não fosse tudo aquilo que falavam. A famosa síndrome do “eu sou diferente das outras garotas” bateu forte, e por alguns minutos do início da minha gameplay eu realmente acreditei que seria o caso. Mas a verdade é que minhas primeiras horas no jogo foram surpreendentemente tranquilas, e por um motivo curioso.


Eu jogo Genshin Impact todos os dias.


E, conforme avançava em BOTW, eu não conseguia deixar de pensar: “Como é que a Nintendo, famosa por mandar advogados até para supermercados, nunca processou Genshin?” Porque, sinceramente, as coincidências são muitas. Tanto que, mesmo depois de meses jogando Breath of the Wild, eu ainda não consigo chamar os inimigos pelos nomes originais. Uso automaticamente os nomes das criaturas equivalentes de Genshin. Um exemplo pra mim são os Koroks, até hoje, para mim são os Aranaras (com a diferença de que os Aranaras são infinitamente mais legais e eu adoro eles).

Na minha opinião é quase frustrante encontrar um Korok no meio do caminho. Nesse ponto, os Aranaras são bem mais interessantes | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild..
Na minha opinião é quase frustrante encontrar um Korok no meio do caminho. Nesse ponto, os Aranaras são bem mais interessantes | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild..

Com a correria do dia a dia, criar um ritmo de jogo foi uma tarefa difícil, principalmente no começo. Eu conseguia jogar cerca de 40 minutos por semana, e isso fazia a experiência simplesmente não fluir. Além disso, algo que atrapalhou bastante meu início foi o controle do Nintendo Switch. Como essa era minha primeira experiência REAL com um console da Nintendo, toda vez que pegava o controle eu sentia meu cérebro entrar em curto. Passei por algo parecido quando peguei o Xbox do meu namorado para jogar Indiana Jones (um jogaço, inclusive). Até me acostumar, foi uma dificuldade gritante, mas extremamente satisfatória quando finalmente me adaptei.


A história também era um território totalmente novo para mim. Eu não conhecia Hyrule, não conhecia a Zelda, nem nenhum dos personagens amados da franquia. E, claro, isso incluía minha completa falta de noção sobre quem era o Ganon, que parecia uma ameaça gigantesca e misteriosa (e no final nem me perturbou tanto - os centauros são terrivelmente mais difíceis de lidar).


Mas então tirei umas quatro horas do meu fim de semana para finalmente mergulhar no jogo... e me vi completamente cativada. Sou apaixonada por mundo aberto, e encontrar um mundo vivo, cheio de detalhes, com a liberdade de resolver situações de maneiras diferentes, me trouxe uma sensação muito gostosa de que a realidade ali podia ser moldada do jeito que eu quisesse.

Uma das experiências mais legais que tive foi com a recuperação das memórias do Link. Tive a oportunidade de entender os motivos de muita gente amar a Zelda | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Uma das experiências mais legais que tive foi com a recuperação das memórias do Link. Tive a oportunidade de entender os motivos de muita gente amar a Zelda | Imagem: The Legend of Zelda: Breath of the Wild.

Também não vou me aprofundar na história, porque é uma experiência que realmente vale ser vivida, mas algo que me marcou muito em Breath of the Wild é como cada pessoa joga de um jeito e como isso faz parte da magia. Apesar de parecer “só mais um título famoso da Nintendo”, ele foi especial pra mim, como um remédio perfeito para a minha ressaca da mídia. Fazia tempo que eu não sentava para me dedicar de verdade a algo que não fossem minhas missões diárias no Genshin, e o BOTW trouxe um grande respiro para a minha rotina.


Sim, o jogo é realmente tão bom quanto todos falam. Tão bom que já me convenceu de que eu preciso explorar o resto da franquia. Só espero que minha rotina permita essa aventura. Aqui em casa, inclusive, o ciclo continua: agora é minha irmã que está vivendo sua primeira experiência com Zelda, jogando Tears of the Kingdom. E olha… ainda bem que não sou eu. Pelo que eu to acompanhando, a sequência exige muito mais raciocínio (eu não sei física, me formei em jornalismo pra não ter que pensar em muita coisa de matemática) e tem um climinha de terror nas sombras que eu não sei se estou emocionalmente preparada para enfrentar.


De qualquer forma, estou oficialmente aberta a recomendações de outros jogos da franquia para continuar essa jornada. Depois de anos longe da Nintendo, acho que finalmente encontrei meu caminho para Hyrule.


Finalizo o texto com uma imagem de um Aranara, com o único objetivo de rivalizar criaturas fofas da floresta. Aranaras > Korok | Imagem: Genshin Impact.
Finalizo o texto com uma imagem de um Aranara, com o único objetivo de rivalizar criaturas fofas da floresta. Aranaras > Korok | Imagem: Genshin Impact.


 
 
 

Comentários


bottom of page